terça-feira, 16 de junho de 2009

A segunda oficina: movimentos dissipatórios

A segunda oficina (03/06) foi suficiente para os grupos da manhã e da tarde mostrarem suas características. Iniciamos com uma esquete sobre teste vocacional, do grupo inglês Monty Pithon para discutirmos o lugar que ocupamos na atividade docente. Por um lado, é necessário que saibamos das cobranças que são inerentes à nossa atividade: o estudo, o trabalho fora do horário de trabalho, o estudo, as leituras, o estudo, as novas buscas e o estudo. Enfim, o professor deve ser mais estudante que professor, mas deve também ser professor.
Com isso, iniciou uma enorme discussão sobre sobrecarga de trabalho e de estudo - desabafos que são necessários em certos momentos. O Gestar II, no entanto, é mais do que um curso: é a construção de uma identidade nacional para o ensino de Língua Portuguesa, que vinha precariamente se reajustando a passo de tartaruga a partir das pesquisas desenvolvidas nas universidades do País desde as últimas décadas.
A diversidade de discursos que orientam a prática do professor de Português fez com que os cursistas "se desculpassem" por trabalhar conteúdos de gramática, como se isso fosse errado. Notei que todos, quando iam comentar que trabalhavam algum conteúdo gramatical, faziam uma introdução se justificando e se declarando "antigos". Aí houve a segunda dissipação: antes de discutirmos os gêneros discursivos, era necessário reafirmar a importância do conhecimento gramatical.
A gramática – não como finalidade em si mesma, mas como instrumento de compreensão do texto – é a ferramenta de que o professor de Português dispõe para não fazer análise do texto apenas no “achismo”. A gramática é o meio (e não o fim) para construir didaticamente a compreensão do texto. A gramática deve ser usada como ferramenta de interpretação e não como instrumento de classificação e de tortura.